O MEU AMADO




Bateu no umbral da porta de levinho,
O suave perfume, o fulgor,
Encheram o quarto e eu abri os olhos,
Pela calma que invadiu minh'alma,
Eu já sabia! Era o meu grande amor!
Disse-me que viria!
Prometeu-me, nunca falhou!
Olhou carinhosamente em meus olhos e com meiguice falou:
Vamos pra casa?
Boba, eu ainda relutei,
Meu filho doente, minha gente, eles precisam de mim...
Docemente interrompeu-me,
Não se preocupe, não fale assim!
Eu cuido deles, eu sempre cuidei!
Lembra do que eu disse: "Nunca, nunca te deixarei!"
Seu lugar já está preparado!
O céu esteve nublado, a terra ainda não se saciou ,
Mas pra você, o viver, bem e mal, já acabou!
Eu estou aqui, no fim da sua jornada!
Dá-me a mão, feche os olhos minha amada,
Vou te conduzir pelas alamedas do jardim.
Levar-te aos aposentos, te vestir para o banquete!
Dá-me a mão minha querida! Vamos!
Por ti tenho grande apreço
Dá-me a mão amada minha!
Esse aqui, não é o final, é o começo!



Em memória
de Elza Vieira, amada mãe.

Di Vieira

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