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Mostrando postagens de julho, 2012

CAÇA OU CAÇADOR?

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Esqueceu se era caça ou caçador. Caminhou lentamente como que contando os passos, Em direção à porta entreaberta. Sentiu um suave perfume de rosas no ar. E o coração disparou loucamente, Como se fosse naquele peito jovem, Que se deslumbrava por cada belo sorriso! Tanto tempo não se sentia assim, fascinado, Apaixonado feito um tolo! E essa explosão de sentimentos que já nem se lembrava mais, O fez voltar num tempo nem tão distante assim! O silencio gritava em seu pensamento: É o teu fim! Tentou fazê-lo emudecer não conseguiu, Calou-se então e atenção não mais lhe deu! Junto à parede o retrato pintado à mão, parecia ter vida! Extasiado murmurou baixinho, quase num sussurro: É ela! O sorriso sereno, o rosto luminoso, Uma doce malícia nos olhos castanhos, Que olhava como se dissesse: Quem conquista, é o conquistado  Ou o conquistador? Di Vieira

A MESMA MESMICE!

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Que trabalho que dá ser a mesma, A mesma sem voz, sem valia Sempre na mesma rotina do dia a dia Cada vez mais a mesma, E na mesma mesmice de sempre Pedindo chuvas ao céu, Mudando os móveis de lugar, Ensaboando, enxaguando, esperando o sol secar. Estava cansada disso! Já nem sabia ser ela mesma! Seria isso um sinal de maluquice? Ou seria  a mesmice que lhe atordoava? Tinha que voltar ao ponto,  ao começo. Ser a mesma, na mesma mesmice Inalterada Sem voz sem valia, do tanque para a pia, Da cama ao fogão, numa ciranda lunática. Mas que trabalho que dá! Que trabalho que dá ser a mesma! Di Vieira

LÁGRIMAS EM SILÊNCIO.

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Passou como vento que derruba muralhas, Levou minha calma e o meu dia escureceu prematuramente Negras eram as nuvens que vieram me assombrar Quando ainda nem chovia. A sala vazia, o grito na garganta, a lágrima no rosto, O coração acelerado como quem tem pressa, Não me deixes! Sou teu! Sou todo teu! Aturdido, descompassado como a música intuitiva que tento escrever, Penso ser o fim o que pode ser começo, Penso sim! Será que te quero a qualquer preço? Debaixo do chuveiro lágrimas em silêncio dizem não, E o coração se acalma, o soluço quase emudece, Tudo segue em frente, é tudo como deve ser! Algo no fundo me diz, que um dia vou te esquecer ! Me apego como náufrago a essa possibilidade. Que venha a saudade, que me machuquem as lembranças O que sei é que a esperança no futuro, vai sarar a dor presente, E te digo que não importa se tudo acontecer bem devagar! Na verdade baby, não importa! Di Vieira