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Mostrando postagens de março, 2018

As paredes

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As paredes falam de mim! Ah como falam! Sabem tanto sobre mim, Tanto ou mais que eu. Sabem quando me viro na cama  sem achar o sono, Quando fujo de gente esquisita, Quando me olho no espelho e me sinto bonita Concordando eu ou não,  elas falam! Falam sobretudo quando choro. Não compreendem um lamento tão bobo, Um desperdício!  Um  montão de emoções inúteis. Falam, mas  não me estendem a mão. Paredes frias, sem alma, inertes, Paredes nuas, de concreto e pintura Se espantam com minha loucura de acordar o despertador. Mas cadê o carinho e afeto?  Fica aí segurando o teto  Que me serve de cobertor, Sem que eu perceba ao menos, Um sentimento acolhedor.

Luz, câmera, ação!

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Apesar que na minha época não fosse comum existir câmeras pelas casas e pelas ruas, acho que eu sempre vivi como se fosse num imenso Big Brother, o Big Brother da minha consciência, o Big Brother dos ensinamentos dos meus pais, o Big Brother por assim dizer, do olhar de Deus. Isso só me fez bem, nunca me deixou infeliz, ou paralisada, nunca me senti controlada porque eu estava consciente de que poderia fazer o que quisesse, poderia ser o que eu quisesse, e que bom ou não,  certo ou errado, eu sempre seria responsável por tudo que eu fizesse. Ônus e bônus seriam meus! Essa certeza, (apesar de viver numa aparente vigilância) me deixa livre pra ser feliz, e mesmo vivendo debaixo de olhares críticos e da vigilância dos outros, não me deixo controlar, pois são aqueles que nada sabem de mim, aqueles que amor por mim não tem, ou não sabem amar, aqueles que de alguma forma querem governar a minha vida, apesar da vida deles estar completamente desgovernada. O meu maravilhoso