Juliana





Era como se ela soubesse o nome secreto da alegria. 
Se o sol não nascia,
Ela abria a janela e sorria.
Sorria não sei pra quem, não sei porque, não sei pra onde, mas sorria.
Levantava os braços, se espichava toda, corria para o corredor da casa e gritava bem alto:
Bom dia alegria!
Falava e se movimentava em gestos rápidos, gestos lânguidos,  iguais as bailarinas na televisão. 
Havia ali uma  menininha alegre e confiante, descalça, pés no chão ou encima dos saltos com os pés dentro dos enormes sapatos da mamãe, e a cabecinha nas nuvens!
Abria a porta da sala, corria para o quintal, e com um pequeno galho seco, desenhava um enorme sol no chão.
Dizia que o seu desenho junto a força da alegria, chamava o sol, fazia com que ele aparecesse.
E o sol aparecia, não só para a sua alegria, mas para a alegria de todos. 
E todos que por ventura quisesse, poderia a qualquer momento chamar o sol.
Ela chamava, e ele aparecia.
Trazia um sorriso, amarelo um pouco tímido, flutuando lentamente por entre as nuvens de um céu escuro, cinzento, e aquelas montanhas onde um gigante imaginário descansava no horizonte, aguardando para segura-lo  nos ombros por algum tempo.
Juju sabia que a alegria trazia coisas boas, e que uma coisa puxava a outra, e a outra coisa era sempre de uma grandeza que só Deus poderia dominar.
Juliana sabia que a alegria, a esperança é a fé, em momento algum podia acabar.
E era essa fé que agora a mantinha de pé. 
Estava enferma, sentiam-se frágil, quase sem forças, mas confiava, esperava, tinha fé que o seu sol voltaria a brilhar como antes, e com muito mais força.
Na imaginação desenhava no chão, o sol.
A alegria ainda estava ali dentro daquele coração cheio de fé e esperança.
Fé e esperança que podiam sarar, fé e esperança que apesar de tudo conservavam intacta a sua alegria, e que nos momentos de dor, traziam Paz para sua alma.
Juliana relembra a menina animada que fôra, sabe com certeza que força, fé e esperança, é o que nos fazem acordar todos os dias com a alegria dos inocentes, e que independente de qualquer situação, nos faz saber que o sol nasceria de novo.
E ele sempre nascerá!
É a confiança em Deus que nos cura, é a nossa fé que nós faz desenhar um dia melhor, é a benção do Pai que nos traz uma vida brilhante, e é a esperança que nos faz crer num futuro mais feliz.
A alegria do amor de Deus cura todos os males!

Di Vieira

Comentários

  1. Infelizmente nessa madrugada você se foi minha amiga, sua hora chegou, seu tempo aqui na terra se acabou, mas o seu sol ainda brilha.

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