MANEQUIM



Namorei você com uma paixão inocente,
Pela vitrine embaçada pelos pingos da chuva.
Inspirei-me nos amores platônicos dos tímidos,
Naqueles amores que jamais morrerão
Já que tecnicamente nunca existiram!
Beijei sua boca, seus lábios que não se moviam.
Vislumbrei-os através do maciço e frio vidro, e os beijei!
Duvido muito que hajam outros amores assim!
Namorei seus olhos fixos em mim.
Seu corpo bem trajado a cada dia,
E logo vem alguém disposto a tirar minha singela alegria,
A dizer que você é só um manequim!!!
Diga-me senhor passante,
O que te importa?
Se eu quiser ficar sonhando aqui parado,
Ou encarar a realidade por detrás daquela porta,
No que é que isso a ti importa? 


Di Vieira

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