Abandono




No abandono, pele e osso,
Sobre a terra o corpo pequeno
Desejou proteção,
A mão, o afago!
Um lugar quentinho,
Um cantinho, uma cama,
Um ato de carinho!

A noite fria, final de outono,
A escuridão, o abandono,
O inverno, fica logo ali.
Longas noites sombrias,
Melancólicas, congeladas.
Nessa estrada cheia de lembranças.
De um passado, onde havia sempre
Um sorriso terno de uma criança.

Parece que foi há tanto tempo.
Mas não há quem se acostume,
A violência das ruas, aos passa foras da vida,
Essa coisa de não ter comida,
Não ter honra, não ter afeto.
Sem teto, sem amor, sem alegria,
Maltrato, solidão, triste companhia.

Ultimamente sozinho, cansado,
Sentindo uma dor, que parece não ter fim!
Mas enfim, até que já viveu um bocado!
Talvez quem sabe, seja melhor assim!
Dormir, sonhar estar em casa,
E na delícia do sonho ficar,
Não mais voltar, esquecer o caminho!

E entre afagos imaginários,
Num lugar no infinito encantado,
Entre carinhos e cuidados,
Se sentir amado, se sentir bem!
Naquele lugar, no paraíso,
Entre pessoas gentis, cheias de afeição,
Que saberão dar valor a amizade,
De um fiel amigo cão!



Di Vieira

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