#Soucatavento,
Sou catavento,
Lento, desatento,
Não vi passar o tempo,
Olhando o
infinito,
Ouvi gritos,vindos de longe,
E eu aqui, entorpecido,
inerte,
O passado incrustado nos
pés enferrujados.
Já não me mantenho por
sonhos,
Já não consigo fazer
planos felizes.
Onde estão as minhas
sementes?
Parindo troncos, folhas
e raízes?
E essas estações que
mudam, o tempo todo,
Sem minha modesta
intervenção,
Enchem meu olhar de aversão,
Me desapego das grandes
bestagens,
Da friagem, da falta de
carinho,
Que nos deixam sozinhos,
Sob camadas de
prioridades e preferências,
Haja paciência com esse
pobre distraído,
Que ouve, sem ser
ouvido,
Tropeça em suas pás e
seus galhos,
Quase sempre se
atrapalha com nomes.
E essa absurda situação,
Consome, e branqueia os pelos.
E essa hélice girando em
sentido inverso,
Enlouquece cada dia, um pouco
mais,
Quem olha com jeito
lento,
As mudanças loucas do
vento,
Na terra dos pinheirais.
Di Vieira
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