#Duas e dez





Duas e dez,
E eu acordada!
Fugiu-me as forças,
Fugiu-me o sono,
No abandono total,
Olhei o relógio da sala.
Duas e dez!
Sentei-me no sofá,
E voei sem escala ao meu abrigo,
Ele sentou-se comigo,
Segurou minhas mãos entre as suas,
E em silêncio ficamos não sei quanto tempo!
Pra quê contar?
Passa rápido quando tudo está bem,
E depressa, quando pressa se tem!
Ah o tempo!
Suaves minutos,
Juntos, em perfeita comunhão
Seus olhos sobre mim,
Minha cabeça em seu ombro.
Sei lá quanto tempo!
Tempo do conhecimento,
Do se ver por dentro,
De festejar os bons momentos,
Que pela vida se perdeu,
Acarinhar a menina,
Refazer a estrada do tempo, sem pressa,
Adormecer, e descobrir que é bom à beça,
Voltar a ser...eu!

Di Vieira


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