CURITIBA E AS CONTRADIÇÕES
Olho à noite a cidade
Que
tem a capacidade de me conquistar todo dia.
Palco
das minhas tristezas, e das inúmeras
alegrias,
Das
fantasias e sonhos de uma vida.
Te
amo Curitiba!
Ausente,
presente, querida
O
duro refinamento, a faculdade livre,
O
sorriso da cidade de chuva e sol,
Desconfiada,
amada, gelada, contente,
Cidade
de gente do leite quente, da vida dura,
Das
ruas estranhas, na árdua vida fácil,
Na
fácil vida estranha, insensível,
Onde
rola o perde e ganha,
Onde
mais se doa que se recebe.
E
negue, negue que é quase sempre assim!
Carlos
Gomes, Tiradentes, Rua das Flores,
Cidade
dos amores perdidos, desperdiçados,
Dos
personagens burlescos da língua afiada,
Da
Boca Maldita, da Boca do Brilho,
Da
litorina no trilho... cara!!!
Do
espetáculo na calçada.
Cidade
bonita, cidade amada!
Contemporânea,
antiquada, caloura, arrojada
Querida
mesmo em suas contradições,
Suas
aberrações, suas incoerências,
Suas
negligencias, suas possibilidades, seu futuro.
Seu
passado é um espólio dançando no presente,
Ao
longe os miseráveis defecam nas gramas
Fazendo
da vida privada uma causa pública,
E
o contraponto enfeia as deferências
Haja
paciência! Haja sermões! Haja atitude!
E
em tais ações os vultos e os vícios se acumulam
Enganam
e fazem chorar aos que te amam de fato.
A
devassidão, a preguiça, o vício, o desatino,
Querem
fazer morada em suas praças
Mas
mesmo assim te amo de graça!
E
quanto mais o tempo passa, mais te amo
Te
amo quando te vestes de bruma,
Quando
tua grama gelada se quebra,
Quando
friamente escondes o sorriso sob o cachecol,
Amo
seus braços abertos pra mim, e pra quem vier,
Seu
ar maloqueiro, seu ar sofisticado, seu ar sereno,
Olhando
daqui, me sinto pequeno diante da sua grandeza,
Que
beleza é você Curitiba!
Não
nasci, mas acho que morro aqui
Onde
os frutos desse chão, são suor dessa gente,
Que
soltam as ideias no azul do teu céu,
Que
meditam sobre a vida, tomando pingado na avenida
Que
lidam com o vento frio, de luvas, casaco e chapéu.
Te
amo Curitiba!
Saborosa,
deliciosa, imersa em sonhos de confeitaria,
Na
confraria dos que gostam do teu jeito,
Bato
no peito a cada afirmação,
Amo
você Curitiba!
Te
quero bem guardada aqui dentro
No
recesso desse velho moço coração!
24 HORAS |
LARGO DA ORDEM |
Di
Vieira
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